sábado, 2 de janeiro de 2010

Flash Rewind

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Num ano do qual tudo e todos se queixam, eu incluída, fiz um rewind e observei. Saí de mim e olhei o que passou, o que vivi e o que senti. Pela porta que sou entrou quem não esperava, uns surpreenderam, outros magoaram-me, outros saíram com a mesma rapidez com que abriram a porta para entrar. Pela porta que sou houve quem não tivesse cuidado e deixasse a corrente de ar entrar, e eu fiquei com pés frios até hoje. Eu própria entrei em muitas portas, nas deles, na minha e na de uma casa que já sinto como parte de mim. Mergulhei numa ilha que me mudou para sempre, acompanhada de quem veio para ficar. Ouvi música do mundo, escrevi sobre ela, entrei no mundo dos livros que adormeceram e não voltaram a acordar e nas festas que são diferentes de tudo. Pela minha porta, em final de ano, entrou a calma. Percebi que no ano que passou perdi gente, muito importante, mas que ganhei muitas mais. Que tudo o que fiz, pode ter-me magoado, mas teve um sentido – olhar para trás e ver que cresci. Entro neste ano com um sorriso e os olhos molhados. Porque a vida é feita de opostos e tudo bem.

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