terça-feira, 29 de setembro de 2009

Pedaços

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As pessoas.

Às vezes mostram quem são, outras compõem uma personagem para que ninguém as possa ver. Umas vezes surpreendem-nos, outras são tão constantes que nos chegam a irritar.

Nós mesmos. Às vezes percebemos que somos capazes de coisas que nem imaginávamos...por mais que nos doa conseguimos fingir não ver, ou simplesmente somos tão maiores que isso e nem sabemos.

Quem não conhecemos . Quem conhecemos mal. Quem conhecemos mal mas que parecemos conhecer há décadas. Sem esforço. Quem conhecemos bem. Quem conhecemos bem demais, tão demais que quando nos desiludem já nem nos pesa. Quem pensamos conhecer bem e depois surpreende-nos pela positiva...ou não. Quem conhecemos mais ou menos e queremos mais. Quem nos conhece. Estas são as mais raras. Quem nos vê. Olhar muitas olham, e ver? Quantas conseguem?

As pessoas. Às vezes estão ali, outras não. A quem está, esteve um dia e a quem quer estar. Eu estou aqui.

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Muitas vezes o amor vem de onde menos esperamos. Em formas especiais e por vezes nem as vemos. Outras nem estamos atentos para as ver. Gosto de abraços, de beijos e sorrisos. Gosto de olhar nos olhos e que me mexam no cabelo. De deitar-me no chão e ouvir os passos dos outros. Gosto de quem fica comigo. De quem vai lá a casa e não precisa pedir licença para nada. Gosto de não me esforçar para que gostem de mim. De dançar agarrada ou não. Gosto de me sentar a ler para alguém e de comer gelados no inverno. De ficar um dia inteiro no sofá. Gosto de sentir a areia nos pés e de chorar perto de alguém que sabe que às vezes não é preciso dizer nada.  Que me façam rir e de rir de mim mesma. Gosto de quem sem eu pedir aparece, telefona ou diz um olá. E de quem fica a olhar ao longe, mas que se eu esticar o braço está lá.


Duas senhoras que gostava tanto de ver



terça-feira, 22 de setembro de 2009

Play on?

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E quando sentimos que sim? Que pode ser, que faz sentido, duma forma estranha, mas faz. Como mostrar isso? Porque o que se sente não se explica. É assim e pronto. As saudades não se explicam. As saudades do que não se conhece não se explicam. Existem. Não dá para parar a viagem a meio, é como um comboio que partiu sem termos comprado o bilhete. Quando damos conta já estamos ali e a paisagem é tão...cheia. Estamos bem ali, queremos estar ali, mesmo sem saber onde vamos dar. Nem sempre temos de saber onde vamos dar. Vamos e pronto. Nem tudo tem de ser complicado, aliás nunca o devia ser. E quando sentimos que sim? Tentamos?
..Apetece-me ouvir coisas que nunca ouvi. Sons suspirados que nunca respirei. Fechar os olhos e sorrir sem pensar, porque sei que sim.


segunda-feira, 21 de setembro de 2009

sábado, 19 de setembro de 2009


Há dias assim, em que conseguimos ver exactamente a matéria de que somos feitos. A quem me ajudou, a quem pensou em mim, a quem esteve lá, a quem enviou mensagens e a quem acreditou: Obrigada. Esta sou eu, hoje mais que nunca. E gosto. 

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Há frases...

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...que gostamos porque sim. Outras que formulamos na nossa cabeça sem perceber como apareceram.

' I miss you, and I don't even know you. So, imagine how badly I miss you.'

'Um dia beijo-te a meio de uma frase.'

São duas: uma minha e outra de 'pacote' e hoje martelam sem parar. Importam-se? Tenho coisas para fazer. Stop the mind please.


domingo, 13 de setembro de 2009

E não aguardamos sempre?

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Já não escrevo há algum tempo...aqui. Hoje acordei com a sensação de não querer viver este dia sozinha. Uma sensação que facilmente se confunde com solidão. Mas não é. É vontade de viver o dia sem estar sozinha, sentir que estou acompanhada mesmo que por pensamentos. Tenho isto e sempre tive, gosto de me sentir acompanhada em pensamentos. Não faz sentido eu sei, porque nunca sabemos o que os outros estão a pensar e mesmo que perguntemos eles podem mentir. Mas eu sinto e isso basta. Finalmente estou bem, mas sinto falta desta sensação. Evito chorar, não o faço frequentemente, acho que nunca entendi o choro. Choro mais facilmente por felicidade. Lembro-me de chorar compulsivamente no final da minha primeira peça de teatro a sério. Dobrada em personagens, frente ao espelho chorei durante uns dez minutos sem parar. Sorria ao mesmo tempo. Agora que penso nisso foi dos momentos em que me senti mais eu. Na altura não sabia. Não sabia que não ia ser assim todos os dias da minha vida. E talvez por querer dobrar-me em personagens, e por sempre ter escrito, que sou feliz a fazer o que faço. Às vezes acho que não sei viver sem escrever....Hoje acordei com a sensação que este dia sozinha vai ser pesado. Bastava um bom dia ao ouvido, um sorriso ao longe, fechar os olhos e saber que há um olá em pensamento para o peso sair. Passa um avião, acho que é para desviar a minha atenção e lembrar-me que há tantos sítios que eu quero e tenho de conhecer. Das colunas sai a frase de Thom: you’re all i need. Sou? Olho à volta e só estou eu. E nem tinha reparado que estava a escrever despida. Fecho os olhos porque o shuffle teima em dar-me coisas que me fazem fechar os olhos. ‘Please could you stop the noise, I'm trying to get some rest …From all the unborn chicken voices in my head’. Abro os olhos e escrevo a frase antes desta. A cabeça teima em pensar no que eu não quero pensar. ‘Rain down, rain down, Come on rain down on me’…este shuffle aproxima qualquer coisa que eu queira afastar. Podia avançar a música, podia, mas deixava de sentir isto. Sentir esta mão que entra e parece que aperta o único aparelho que funciona mesmo depois de partido. Que funciona mesmo depois de partido…Acho que nunca me tinha apercebido disto até tê-lo escrito. O meu já está colado, custou mas está. Aguardo substituição.(voltar ao título)