What Do You Want for Christmas? | A Short Film from Andy Miller on Vimeo.
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
segunda-feira, 28 de dezembro de 2009
Porque
domingo, 27 de dezembro de 2009
You inspire me.
A minha cidade é velhinha mas bonita, dá-me calma quando preciso, luz quando peço, imagens que me fazem fixar memórias e pessoas que me mostram o que sou. A minha cidade faz-me tropeçar e quase deixar cair o café que trago na mão, porque quer que eu troque as palavras que tanto uso, com um sem-abrigo que ali está. O frio aleija-me a cabeça, mas saí na mesma. Fecho os olhos e o vento traz-me réstias de Tejo...não me importo de ter a cara molhada. Flutuo sem esforço, sem sair do lugar.
Não sei o que sinto, já não consigo sentir nada há algum tempo, demasiado. Passei do tudo ao nada...só queria sentir de novo, mas esta dormência não passa. Dobro a esquina e ali está ela. Não fixei a imagem em película, não lhe quis tirar nem uma imagem, ela já tem tão pouco. Está ali ao frio, não sorri, eu sorrio, ela sorri de volta. E de repente sinto-me pequena, nem chego a ter o tamanho das gotas que ocupam os meus olhos. Sinto-me uma criança que se queixa porque quer mais um brinquedo...Não é porque há quem não tenha uma casa ou um prato de comida, que a nossa dor é menor ou sequer passa, mas relativizei. Tudo ficou claro naquela fracção de segundo. O ser humano está talhado para ultrapassar mais do que imagina. Ficamos sem ar, mergulhamos num buraco sem escada para subir de volta, ficamos sem sentir ou sentimos tudo a dobrar, às vezes até abrir os olhos custa. Mas abrimos. A realidade é que quando parece que damos tudo, tentamos tudo, o nosso melhor está ali e não atingimos o que queremos...já estamos a conseguir sem sequer perceber. Evoluímos e só algum tempo depois, afastados, é que vemos o resultado.
Há meses aprendi sem livros que a vida é como o mar. Tem ondas que apanhamos, ondas que nos arrastam, ondas que nos enrolam e nos fazem engolir água, ondas que são perfeitas para surfar, ondas calmas que nos embalam...e às vezes é calmo, sem ondas. E o mar é lindo não é? E irresistível, assim como a vida.
u
Gosto demais de pessoas.
sábado, 26 de dezembro de 2009
Dia de ...
O barco abana por todos os lados, a água ocupa o espaço das janelas que serve para olhar a cidade, o marinheiro fala de futebol e eu não estou ali, não posso estar ali. A porta abre e mal saio a chuva começa a cair, vou até ao táxi...não há táxis, aguardo. Sacos de um lado, sacos do outro, não há espaço para um chapéu, mas eu também não quero um chapéu. Entro e o taxista é um humorista reformado ‘bom natal, a menina é a mãe natal? Com tantos sacos’, a menina sorri e diz para onde quer ir. A rua está vazia, não encontro a chave, a chuva molha-me como se eu fizesse parte do mar e quisesse fundir-se comigo. Olho para cima e fico ali uns momentos, olho à volta...a rua está sozinha, e eu? O banho quente tira-me a sensação de frio, arrumo as coisas e sento-me no sofá. Trouxe memórias que mais vale ver já. Mensagem para cá, mensagem para lá. Volto às memórias. Fico de rastos mas penso, daqui a pouco já estou a dançar e isto passa. Não passou. Frente ao espelho tiro a roupa, já percebi que é melhor. Tenho frio e estou nua frente ao espelho, sento-me na cama e não sei bem o que penso, não penso em nada. Deixo-me cair para trás...está frio, devia vestir o pijama, visto o pijama. Escorrego até ao sofá, olho para o telemóvel, nada. A minha ingenuidade continua a pregar-me partidas. Não consigo ficar chateada seja com quem for que não quis a minha companhia hoje. Não sou ninguém. Deito a cabeça na almofada, puxo a manta e olho o tecto. Podia morrer em noite de natal que ninguém notava, demasiado barulho das luzes, não existo efectivamente. Tenho medo de ficar seca, tanto medo...sinto-me afogar, e logo eu que não sei nadar fora de pé. E sei que se mergulhar a praia não estará vigiada.
u
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Carta ao Senhor das Barbas Brancas
Querido pai natal,
Este ano foi um ano que me trouxe 180º sem estar à sombra. A pele ardeu, a cabeça explodiu, a febre subiu e estive perto da insolação...mas passou, está a passar. Posso sentar-me ao teu colo, mexer-te na barba e fazer um pedido? Acho que não negas isso até quem já é adulto por fora...
Sei que o que peço não está à venda, também não se fabrica, é modelo único, mas se procurares bem talvez encontres. Oferece-me a mim mesma. Para que eu consiga olhar para mim de vez em quando com carinho, como se olha para um presente, do qual se gosta muito.
Obrigada e força no trenó.
u
terça-feira, 22 de dezembro de 2009
Acordar com vontade de ser feliz
Ser eu
u
Hoje houve em mim um esforço para não ser cem por cento. Um esforço para não ser gostada...e não há explicação para isto. Vi de dentro para fora, o inverso da mesma forma e sei que há coisas que só eu é que vejo. Cada vez mais sinto que ninguém me vê, que ninguém me quer ver...e a realidade é que sou eu que tapo os olhos dos outros. Com uma fita que lhes é difícil tirar...e poucos vão fazer esse esforço. Desfocam porque é mais fácil ser míope com óculos, do que semicerrar os olhos e mantê-los assim. A minha defesa vai ser o meu fim. Um fim que quero escrever com palavras diferentes, mas que preciso de ajuda para encontrá-las. Testo limites sem saber o porquê, levo as pessoas à exaustão...e no fundo sei que é propositado. Ninguém sabe, eu sei. Quando fico em silêncio ouço-me, e sei que me faço mal. Sei que afasto as pessoas. Afasto-as porque tenho receio de ver que não vão gostar de mim como sou. Afasto-as porque mostrar o meu outro lado é tornar-me humana. Hoje custou-me não ser humana. Falei do que nunca falo e dei-me conta que estou curada. Os zeros estão cá, mas não sei se me querem substituir os dígitos. O mundo vai ter de esperar que o monstro se esconda...e será que o mundo vai-me dar tempo... para ser humana outra vez? Quando me disserem que o mundo não está ao contrário, que não faz mal eu sangrar e que felicidade são beijinhos e abraços, aí vou sentar-me a olhar o mar e pensar: Era tão fácil...bastou estar atenta e sorrir.
u
domingo, 20 de dezembro de 2009
A ressaca
sábado, 19 de dezembro de 2009
Uma frase
sexta-feira, 18 de dezembro de 2009
Apetece-me
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Tenho saudades
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
A meio da noite
segunda-feira, 14 de dezembro de 2009
Frases que nos fazem pensar
domingo, 13 de dezembro de 2009
O frio é psicológico.
O copo de vinho que tenho na mão teima em ser cheio várias vezes e eu nem noto. Levanto-me e vou lá fora. As palavras de quem está comigo soam a falso alarme, falta ali qualquer coisa. Falta eu estar ali, não estou e por isso pago e saio. Desço a rua com o passo de quem acabou de se levantar. O frio aperta-me os tornozelos como que a dizer que já não tenho idade para andar só de collants em Dezembro. Paro e olho à volta. Uma semana antes estava com as minhas pessoas e agora estou ali. A rua vazia e eu no meio da estrada. Não há carros, não há pessoas, só eu e o frio. Fico ali nem sei bem quanto tempo. A sombra já passou, estico a mão e apanho o táxi. ‘A menina não tem frio?’- tenho, mas não no exterior- ‘Sim, está frio’. ‘Mas tem ou não?’ – não me apetece responder a verdade – ‘Sim tenho’. A Bica abarrota de gente, sigo para o Bairro. Estou ali e nem sei onde encaixar, hoje estou difícil de encaixar. Os tornozelos...porra! Subo como se estivesse no meu elemento. Amigos, beijinhos, olás, sorrisos e pessoas de sempre ali pairam como sempre. Há pessoas que pairam, outras que estão. O fumo enche-me as narinas mas é a única forma de conseguir uma bebida. ‘Sabes que és bonita?’ – olho à volta – ‘Sim tu’ – olho mais uma vez à volta – ‘Tás a olhar para onde? Sim, estou a falar contigo, és bonita.’- ... – ‘Obrigada, com licença’. Não lido bem com elogios, pode ter a ver com não receber muitos ou apenas com a minha timidez extrovertida. Olho para a mala, carteira, olho lá para fora e sorrio. Acabo de descobrir que há olhos que me tiram o frio.
u
sábado, 12 de dezembro de 2009
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
A vida
quarta-feira, 9 de dezembro de 2009
Do aniversário
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
Aos 28
u
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
Reflexões com respostas enevoadas
Os pesadelos não me deixam dormir, o pensamento também não, talvez haja uma ligação estranha entre eles...não sei. Chá de menta como em Marrocos e um livro. Os olhos escolhem ficar ali fixados na palavra descartável. E quão descartáveis são as pessoas? Não preciso de muito tempo para responder...depende da pessoa. Não de quem é descartado, mas de quem descarta. Há quem apenas viva de momentos e não consiga ver um plano mais alargado. Como uma objectiva que não tem espaço para uma grande angular, que usamos para usufruir mais da máquina. E por isso as pessoas chegam e partem sem grande importância. O problema é de quem se liga a elas, àquelas pessoas para quem sabemos mais tarde ou mais cedo deixaremos de existir. E temos de aceitar, a unilateralidade não é o forte de quem gosta de amar. Amar com grande angular. Saber que pode acontecer tudo, mas que estamos acima de tudo. Complicado? Muito.
Se amanhã acordar e vir que alguém me descartou vou sofrer? Acho que sim, mas sei que cada pessoa é fruto de alguma coisa. Que se assim é, deve haver uma razão para tal e aceito-a. Não tento mudar as pessoas, não estou cá para isso. No outro dia perguntaram-me porque dou importância a quem não me trata como devia. Acho que a resposta é: gosto de pessoas e acredito que todas elas merecem o melhor de mim. Se aproveitam ou não, isso já é uma decisão delas.
Fecho os olhos e tento dormir. Nos olhos tenho imagens de quem já me fez feliz e de quem decidiu que eu não merecia esse esforço. Mentalmente faço um mosaico com todas elas...espero não me esquecer de alguém. Obrigada a quem me amou, quem ama e a quem no futuro decidir que não sou...descartável. E obrigada a quem me descarta, nunca gostei de pesos mortos sem ser na água.
u