Ouvir Holly Throsby é redescobrir a simplicidade que um concerto pode ter. Com passinhos de dança e em bicos dos pés a cantora mostra a melancolia que tem na voz e sussurra letras autobiográficas, que fez questão de explicar ao longo da noite. No centro de um palco desprovido de artifícios está ela e Bree, a amiga que a acompanha e alterna entre segundas vozes, a bateria, xilofone e o acordeão. Já passavam vinte minutos das dez quando a aula magna, pela metade, ouviu os primeiros acordes da viola de Holly, pela primeira vez em Portugal e conhecida entre nós por dar voz ao anúncio do sumol bliss. Com ‘To begin with’ iniciou a viagem pelos seus três trabalhos, dando destaque ao terceiro álbum ‘A Loud Call’. Ficámos a saber que gostou do nosso país e quando viu o público reagir à sua música disse num português quase perfeito “Estou feliz por estar aqui convosco”. Ao percorrer temas como ‘Things between people’ e ‘On Longing’ percebemos a cor que consegue dar às suas canções e o sentimento que dá a cada uma. Sabemos que são dela, que lhe pertencem intimamente. Já o concerto ia a meio quando a australiana não conseguiu esconder a emoção ao ver a plateia rendida ao seu ‘Now we love someone’ e fitou-nos com um sentido ‘Obrigada’.
Holly sentou-se várias vezes ao piano e após tocar ‘The time it takes’ do seu último trabalho tem a confirmação de um público entregue à sua música. Foi aplaudida de pé e por isso voltou para finalizar a noite com ‘The sholders and bends’, mais uma vez sozinha, com a sua viola, deixando ecoar na sala a frase ‘I'm trying to trust you but I just don't know where you've been’ várias e várias vezes. Holly promete voltar, nós prometemos esperar por ela.
texto para: festivaispt.org/
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