‘Os teus olhos têm a vida que te foge das mãos, quando pensas em desistir’.
A frase consome o meu pensamento no momento em que levas o copo de vinho à boca. Penso se algum dia acabarei por dizer-te isto, talvez não, talvez nem seja necessário dizer-to. Olho pela janela do bar e vejo lá fora um homem debaixo de chuva, está encharcado, mas não parece importar-se com o facto, imagino-me na mesma situação.
Acordo contigo a fazer-me sinal de que já são mais que horas de ir embora, tenho pena de que a noite acabe ali, pergunto-te se não queres vir até minha casa beber um copo. Dizes que sim. O momento a seguir que vale a pena recordar é aquele em que olhas o meu quarto com a maior atenção do mundo, sentas-te na minha cama e perguntas se eu não tenho nada para dizer-te. Observo-te e fixo a tua imagem de mar que procura uma margem, digo-te:
- Os teus olhos têm a vida que te foge das mãos, quando pensas em desistir.
Levantas-te e vens até mim. Sinto agora a tua mão no meu cabelo e os teus lábios nos meus, agarras no casaco que tinhas despido e sais.
Segues a pé até ao miradouro para ver a imagem que permanecia nos teus desenhos, sentas-te, passa um mendigo por ti e senta-se também. Observa-te e não gostas. Mudas de banco e deixas o casaco, o mendigo agarra-o imediatamente a seguir a levantares-te. Vai ter contigo:
- Obrigado.
Dirige-se para o repouso do guerreiro, o alpendre da igreja mais perto dali, pois já observou alguém o bastante para que esta lhe desse um agasalho. Olhas o pobre homem com uma gratidão imensa. Vais ao corrimão que existe mesmo à tua frente, passas para o lado de lá, fechas os olhos, não te passa nenhuma palavra pelo pensamento e a tua vida acaba ali.
Todas as noites passo por aquele mendigo e vejo-o a aquecer-se com o casaco que te dei no dia em que fizeste a tua primeira exposição.
‘ Fechaste os olhos’.
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A frase consome o meu pensamento no momento em que levas o copo de vinho à boca. Penso se algum dia acabarei por dizer-te isto, talvez não, talvez nem seja necessário dizer-to. Olho pela janela do bar e vejo lá fora um homem debaixo de chuva, está encharcado, mas não parece importar-se com o facto, imagino-me na mesma situação.
Acordo contigo a fazer-me sinal de que já são mais que horas de ir embora, tenho pena de que a noite acabe ali, pergunto-te se não queres vir até minha casa beber um copo. Dizes que sim. O momento a seguir que vale a pena recordar é aquele em que olhas o meu quarto com a maior atenção do mundo, sentas-te na minha cama e perguntas se eu não tenho nada para dizer-te. Observo-te e fixo a tua imagem de mar que procura uma margem, digo-te:
- Os teus olhos têm a vida que te foge das mãos, quando pensas em desistir.
Levantas-te e vens até mim. Sinto agora a tua mão no meu cabelo e os teus lábios nos meus, agarras no casaco que tinhas despido e sais.
Segues a pé até ao miradouro para ver a imagem que permanecia nos teus desenhos, sentas-te, passa um mendigo por ti e senta-se também. Observa-te e não gostas. Mudas de banco e deixas o casaco, o mendigo agarra-o imediatamente a seguir a levantares-te. Vai ter contigo:
- Obrigado.
Dirige-se para o repouso do guerreiro, o alpendre da igreja mais perto dali, pois já observou alguém o bastante para que esta lhe desse um agasalho. Olhas o pobre homem com uma gratidão imensa. Vais ao corrimão que existe mesmo à tua frente, passas para o lado de lá, fechas os olhos, não te passa nenhuma palavra pelo pensamento e a tua vida acaba ali.
Todas as noites passo por aquele mendigo e vejo-o a aquecer-se com o casaco que te dei no dia em que fizeste a tua primeira exposição.
‘ Fechaste os olhos’.
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