domingo, 13 de setembro de 2009

E não aguardamos sempre?

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Já não escrevo há algum tempo...aqui. Hoje acordei com a sensação de não querer viver este dia sozinha. Uma sensação que facilmente se confunde com solidão. Mas não é. É vontade de viver o dia sem estar sozinha, sentir que estou acompanhada mesmo que por pensamentos. Tenho isto e sempre tive, gosto de me sentir acompanhada em pensamentos. Não faz sentido eu sei, porque nunca sabemos o que os outros estão a pensar e mesmo que perguntemos eles podem mentir. Mas eu sinto e isso basta. Finalmente estou bem, mas sinto falta desta sensação. Evito chorar, não o faço frequentemente, acho que nunca entendi o choro. Choro mais facilmente por felicidade. Lembro-me de chorar compulsivamente no final da minha primeira peça de teatro a sério. Dobrada em personagens, frente ao espelho chorei durante uns dez minutos sem parar. Sorria ao mesmo tempo. Agora que penso nisso foi dos momentos em que me senti mais eu. Na altura não sabia. Não sabia que não ia ser assim todos os dias da minha vida. E talvez por querer dobrar-me em personagens, e por sempre ter escrito, que sou feliz a fazer o que faço. Às vezes acho que não sei viver sem escrever....Hoje acordei com a sensação que este dia sozinha vai ser pesado. Bastava um bom dia ao ouvido, um sorriso ao longe, fechar os olhos e saber que há um olá em pensamento para o peso sair. Passa um avião, acho que é para desviar a minha atenção e lembrar-me que há tantos sítios que eu quero e tenho de conhecer. Das colunas sai a frase de Thom: you’re all i need. Sou? Olho à volta e só estou eu. E nem tinha reparado que estava a escrever despida. Fecho os olhos porque o shuffle teima em dar-me coisas que me fazem fechar os olhos. ‘Please could you stop the noise, I'm trying to get some rest …From all the unborn chicken voices in my head’. Abro os olhos e escrevo a frase antes desta. A cabeça teima em pensar no que eu não quero pensar. ‘Rain down, rain down, Come on rain down on me’…este shuffle aproxima qualquer coisa que eu queira afastar. Podia avançar a música, podia, mas deixava de sentir isto. Sentir esta mão que entra e parece que aperta o único aparelho que funciona mesmo depois de partido. Que funciona mesmo depois de partido…Acho que nunca me tinha apercebido disto até tê-lo escrito. O meu já está colado, custou mas está. Aguardo substituição.(voltar ao título)


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