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Acordar pela primeira vez na cidade da revolução, em dia da mesma. Sair para a rua, ir até ao Carmo ver as pessoas. Indianos a vender cravos (é a globalização senhores) e gente a praguejar sobre a liberdade, ou falta dela. Turistas a perguntar o que estaria ali tanta gente a fazer. Descer o Chiado e perceber que em dia de 25 de Abril, esse dia devia acontecer na vida de cada um uma vez pelo menos. Entra e sai de loja, subir o Chiado. Dj’s invadem o Camões e um painel recebe as mensagens da malta que os tá a ver. Páro para ler. A liberdade dá em mensagens como: Queres coca, ou cola? e outras que tal. Apanho o 28. Entro na banheira e fico a pensar quando será o meu 25? A água desce e eu fecho os olhos…abrir os olhos custa. Amigos chegam e jantam. São 3 mas é uma festa ouvir as suas histórias. Saímos para ‘um Século’. A chuva teima em cair. Mais uma vez a água desce e os olhos…Música a tocar, olhares que se cruzam, ouve-se música nova misturada, ouvem-se vozes e risos, ouvem-se palavras que nem sabemos o que significam. Siga? Siga. Demasiada gente enche o poiso junto ao Tejo. Vão lá para ser vistos? Zeca a tocar, sorri-o. Estou ali e estou sozinha. Sorri-o. Desce, sobe, desce, sobe, desce. Direita, esquerda, meio, esquerda. Som a entrar, dança a sair, passa um ombro, passa um olhar e há quem não se veja. Há pessoas que olham e não vêem, a mim de certeza que não. Olhar é para todos,ver não.
Luz, sono, banho, cama. Zeca a tocar no vizinho de baixo. O vizinho é americano, saberá quem foi Zeca? O meu 25 quando chega?