terça-feira, 29 de dezembro de 2009

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Porque

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podem vir as rajadas de vento que vierem. Há coisas que nos lembram que vale a pena sonhar e querer sempre mais da vida. One, two...ready go! ;)


domingo, 27 de dezembro de 2009

A quem desenha os dias com músicas destas.

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Love*


You inspire me.

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A minha cidade é velhinha mas bonita, dá-me calma quando preciso, luz quando peço, imagens que me fazem fixar memórias e pessoas que me mostram o que sou. A minha cidade faz-me tropeçar e quase deixar cair o café que trago na mão, porque quer que eu troque as palavras que tanto uso, com um sem-abrigo que ali está. O frio aleija-me a cabeça, mas saí na mesma. Fecho os olhos e o vento traz-me réstias de Tejo...não me importo de ter a cara molhada. Flutuo sem esforço, sem sair do lugar.

Não sei o que sinto, já não consigo sentir nada há algum tempo, demasiado. Passei do tudo ao nada...só queria sentir de novo, mas esta dormência não passa. Dobro a esquina e ali está ela. Não fixei a imagem em película, não lhe quis tirar nem uma imagem, ela já tem tão pouco. Está ali ao frio, não sorri, eu sorrio, ela sorri de volta. E de repente sinto-me pequena, nem chego a ter o tamanho das gotas que ocupam os meus olhos. Sinto-me uma criança que se queixa porque quer mais um brinquedo...Não é porque há quem não tenha uma casa ou um prato de comida, que a nossa dor é menor ou sequer passa, mas relativizei. Tudo ficou claro naquela fracção de segundo. O ser humano está talhado para ultrapassar mais do que imagina. Ficamos sem ar, mergulhamos num buraco sem escada para subir de volta, ficamos sem sentir ou sentimos tudo a dobrar, às vezes até abrir os olhos custa. Mas abrimos. A realidade é que quando parece que damos tudo, tentamos tudo, o nosso melhor está ali e não atingimos o que queremos...já estamos a conseguir sem sequer perceber. Evoluímos e só algum tempo depois, afastados, é que vemos o resultado.

Há meses aprendi sem livros que a vida é como o mar. Tem ondas que apanhamos, ondas que nos arrastam, ondas que nos enrolam e nos fazem engolir água, ondas que são perfeitas para surfar, ondas calmas que nos embalam...e às vezes é calmo, sem ondas. E o mar é lindo não é? E irresistível, assim como a vida.

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Gosto demais de pessoas.

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Entrego-me de corpo e alma e desiludo-me. Não consigo ser de outra maneira, já tentei, não dá. Mas também sei que já fui mais. Mais tudo. Sentada no sofá a cena repete-se vezes sem conta. 'É para sair? É'. Banho, vestir, comer...ficar em casa. Chega a ser surreal a quantidade de vezes que as pessoas me deixam na mão. Porque estão cansadas, porque afinal foram não sei onde, porque afinal não lhes apetece sair, porque apareceu alguém e esqueceram-se que eu estava à espera, porque, porque, porque...porque dão atenção ao que querem, ponto. Eu não faço isto. No máximo atraso-me, mas não descombino, não estão a contar comigo e eu falho, não deixo pessoas em casa sozinhas sabendo que disse que ia sair, não digo 'sábado? claro! vamos à festa não sei onde, vamos ao lux', e depois nada...não faço isto. Às vezes pergunto-me se há mais gente a quem acontecem estas coisas. E também pergunto-me se devia agir como agem comigo. Porque começo a transformar-me sem querer, sem aviso prévio...e nem sei se para melhor. Não faço para receber de volta, mas ando cansada que não vejam o valor do que dou, só isso.
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sábado, 26 de dezembro de 2009

Dia de ...

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O barco abana por todos os lados, a água ocupa o espaço das janelas que serve para olhar a cidade, o marinheiro fala de futebol e eu não estou ali, não posso estar ali. A porta abre e mal saio a chuva começa a cair, vou até ao táxi...não há táxis, aguardo. Sacos de um lado, sacos do outro, não há espaço para um chapéu, mas eu também não quero um chapéu. Entro e o taxista é um humorista reformado ‘bom natal, a menina é a mãe natal? Com tantos sacos’, a menina sorri e diz para onde quer ir. A rua está vazia, não encontro a chave, a chuva molha-me como se eu fizesse parte do mar e quisesse fundir-se comigo. Olho para cima e fico ali uns momentos, olho à volta...a rua está sozinha, e eu? O banho quente tira-me a sensação de frio, arrumo as coisas e sento-me no sofá. Trouxe memórias que mais vale ver já. Mensagem para cá, mensagem para lá. Volto às memórias.  Fico de rastos mas penso, daqui a pouco já estou a dançar e isto passa. Não passou. Frente ao espelho tiro a roupa, já percebi que é melhor. Tenho frio e estou nua frente ao espelho, sento-me na cama e não sei bem o que penso, não penso em nada. Deixo-me cair para trás...está frio, devia vestir o pijama, visto o pijama. Escorrego até ao sofá, olho para o telemóvel, nada. A minha ingenuidade continua a pregar-me partidas. Não consigo ficar chateada seja com quem for que não quis a minha companhia hoje. Não sou ninguém. Deito a cabeça na almofada, puxo a manta e olho o tecto. Podia morrer em noite de natal que ninguém notava, demasiado barulho das luzes, não existo efectivamente. Tenho medo de ficar seca, tanto medo...sinto-me afogar, e logo eu que não sei nadar fora de pé. E sei que se mergulhar a praia não estará vigiada.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Carta ao Senhor das Barbas Brancas

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Sento-me frente ao computador e vejo a página branca olhar para mim meio a medo. O espírito está entre pinceladas de nostalgia, alegria e tristeza. A folha sabe que o pensamento está longe...puxa-me para a realidade. Tenho de andar mesmo que não tenha muleta como apoio. Fecho os olhos e a cabeça fossiliza no teclado. Já não estou ali, transportei-me para o lado de lá e fico a pensar se quero o bilhete de volta. Quero. Abro os olhos. O cursor pisca. Escreve! Escreve o que mais queres receber este Natal. Não, escreve o que mais precisas receber este Natal. Vá lá, tu consegues, o que queres não pode ser, pede o que sabes que tens de pedir. Eu começo por ti.

Querido pai natal,

Este ano foi um ano que me trouxe 180º sem estar à sombra. A pele ardeu, a cabeça explodiu, a febre subiu e estive perto da insolação...mas passou, está a passar. Posso sentar-me ao teu colo, mexer-te na barba e fazer um pedido? Acho que não negas isso até quem já é adulto por fora...

Sei que o que peço não está à venda, também não se fabrica, é modelo único, mas se procurares bem talvez encontres. Oferece-me a mim mesma. Para que eu consiga olhar para mim de vez em quando com carinho, como se olha para um presente, do qual se gosta muito.

Obrigada e força no trenó.

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Hoje

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Estou isto.


terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Acordar com vontade de ser feliz

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É abrir os olhos e perceber que às vezes devia acreditar mais em mim. É tomar consciência que tenho coisas que não conheço muita gente que tenha, e que isso não tem de ser mau. É em vez de pensar que não há alguém que olha para mim e pensa 'podia apaixonar-me por ti agora', pensar que não posso saber o que vai na cabeça dos outros. É saber que às vezes as pessoas não andam atentas, às vezes o timing não é o ideal, às vezes temos de nos afastar para ver...se notam que já não estamos ali. É perceber que vale a pena não ter medo de gostar de alguém, porque afinal também podem gostar de nós.
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Ser eu

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Hoje houve em mim um esforço para não ser cem por cento. Um esforço para não ser gostada...e não há explicação para isto. Vi de dentro para fora, o inverso da mesma forma e sei que há coisas que só eu é que vejo. Cada vez mais sinto que ninguém me vê, que ninguém me quer ver...e a realidade é que sou eu que tapo os olhos dos outros. Com uma fita que lhes é difícil tirar...e poucos vão fazer esse esforço. Desfocam porque é mais fácil ser míope com óculos, do que semicerrar os olhos e mantê-los assim. A minha defesa vai ser o meu fim. Um fim que quero escrever com palavras diferentes, mas que preciso de ajuda para encontrá-las. Testo limites sem saber o porquê, levo as pessoas à exaustão...e no fundo sei que é propositado. Ninguém sabe, eu sei. Quando fico em silêncio ouço-me, e sei que me faço mal. Sei que afasto as pessoas. Afasto-as porque tenho receio de ver que não vão gostar de mim como sou. Afasto-as porque mostrar o meu outro lado é tornar-me humana. Hoje custou-me não ser humana. Falei do que nunca falo e dei-me conta que estou curada. Os zeros estão cá, mas não sei se me querem substituir os dígitos. O mundo vai ter de esperar que o monstro se esconda...e será que o mundo vai-me dar tempo... para ser humana outra vez?  Quando me disserem que o mundo não está ao contrário, que não faz mal eu sangrar e que felicidade são beijinhos e abraços, aí vou sentar-me a olhar o mar e pensar: Era tão fácil...bastou estar atenta e sorrir.

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domingo, 20 de dezembro de 2009

Não é difícil contar-te o meu eu.

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Sem filtros e sem passagem pela casa da partida.

A ressaca

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Tem um efeito de divã. No qual me deito e transpiro pensamentos que o cérebro não quer, mas que também não deita fora. Vou para o chão que este divã está a deixar-me desconfortável.
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sábado, 19 de dezembro de 2009

Uma frase

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Minha foi colocada hoje online. A pessoa perguntou-me se a podia usar. Como é que explico que as frases que escrevo são mais dos outros que minhas? Que é o meu desenho do mundo apenas com 26 caracteres alinhados entre si e com o sentido que lhes dou após pensamentos desalinhados? Não explico. Fico feliz por surpreender com palavras. 
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sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Às vezes sem avisar a água toca as pestanas...

Apetece-me


Almoçar na praia. Fechar os olhos e ficar ali. E não ter de dizer nada porque não é preciso. E receber abraços e beijos nas pestanas.
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quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Tenho saudades

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De quem não conheço muito já conhecendo tanto. De quem me faz um bem tremendo sem saber disso. 
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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Gosto tanto de música sexy

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Daquela que me dá vontade de puxar alguém para dançar, como esta

A meio da noite

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Acordei sem saber onde estava. Procurei mentalmente uma imagem que me ajudasse a situar e foi a mais inesperada (ou não) que me ajudou a assentar os pés no chão. Levantei-me e fui beber água...está frio mas não o tenho. Vou à janela e fico ali a olhar os telhados. Fecho os olhos e imagino um abraço seguido de uma boca junto ao ouvido. Abro os olhos e a cabeça diz-me que a cama chama por mim. Deito-me e penso que talvez se eu não existisse não havia muita gente a notar a falta. Mas haveria alguma e principalmente eu iria sentir falta da vida...e isso está acima de tudo. 
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segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Pam!

Frases que nos fazem pensar

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'Ó Bia podias apaixonar-te'.
'Podia...'
'E?'
'E o quê?'
'Já pensaste nisso?'
'Já'
'E?'
'Porra...e...o quê?'
'E...não queres?'
(silêncio)
'Acho que sim.'
'Eu acho que mereces.'
(silêncio)

Na minha cabeça surgem frases que mordem os globos oculares...
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domingo, 13 de dezembro de 2009

O frio é psicológico.

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O copo de vinho que tenho na mão teima em ser cheio várias vezes e eu nem noto. Levanto-me e vou lá fora. As palavras de quem está comigo soam a falso alarme, falta ali qualquer coisa. Falta eu estar ali, não estou e por isso pago e saio. Desço a rua com o passo de quem acabou de se levantar. O frio aperta-me os tornozelos como que a dizer que já não tenho idade para andar só de collants em Dezembro. Paro e olho à volta. Uma semana antes estava com as minhas pessoas e agora estou ali. A rua vazia e eu no meio da estrada. Não há carros, não há pessoas, só eu e o frio. Fico ali nem sei bem quanto tempo. A sombra já passou, estico a mão e apanho o táxi. ‘A menina não tem frio?’- tenho, mas não no exterior- ‘Sim, está frio’. ‘Mas tem ou não?’ – não me apetece responder a verdade – ‘Sim tenho’. A Bica abarrota de gente, sigo para o Bairro. Estou ali e nem sei onde encaixar, hoje estou difícil de encaixar. Os tornozelos...porra! Subo como se estivesse no meu elemento. Amigos, beijinhos, olás, sorrisos e pessoas de sempre ali pairam como sempre. Há pessoas que pairam, outras que estão. O fumo enche-me as narinas mas é a única forma de conseguir uma bebida. ‘Sabes que és bonita?’ – olho à volta – ‘Sim tu’ – olho mais uma vez à volta – ‘Tás a olhar para onde? Sim, estou a falar contigo, és bonita.’- ... – ‘Obrigada, com licença’. Não lido bem com elogios, pode ter a ver com não receber muitos ou apenas com a minha timidez extrovertida. Olho para a mala, carteira, olho lá para fora e sorrio. Acabo de descobrir que há olhos que me tiram o frio.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Sometimes...

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...we just have to walk away. And that's fine, because it's the only way to survive.
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quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

A vida

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Às vezes oferece-nos pessoas daquelas boas sabem? Este ano tenho de agradecer as que recebi, são muito especiais.E sem esperar surge mais uma. Sabe bem, obrigada.
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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Do aniversário

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Recebi presentes lindos de morrer, os meus amigos são os maiores. Quanto à 'lista' que tinha colocado aqui? Não recebi nada. Houve um especialmente que me custou, mas acredito que tudo tem um motivo para acontecer...ou não. Siga para mais um ano!
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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Aos 28

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Há coisas que tenho de admitir por escrito e uma delas tem a ver com os homens. Não tenho jeito para eles. E pronto é isto. Não tenho aquele talento natural para os cativar e para saber lidar com as suas expectativas. Não percebo o que querem, quando querem e como querem. Nunca sei se posso ser directa e sincera, se não. Ora gostam de mulheres independentes ora preferem o estilo sem sal. Gostam de gajas difíceis que lhes dão para trás, mas também gostam das que vão directas ao que pretendem e ainda daquelas que não dão para trás mas sabem jogar. Não me enquadro em nenhum destes géneros devo dizer. Sou directa e sincera com quem vejo que posso ser, nem todos aguentam, não sei fazer-me a homens, não noto quando estão na mesma onda que eu e basicamente perco os timmings.  E é isto. Consigo ver-me a agir de outra maneira, consigo no momento visualizar o que devia fazer e como fazer...mas não tenho lata. Sim quem me conhece não diria que me falta a dita, mas isso não é bem assim. Sei expressar-me muito bem, mas não nesse campo. Fico atrapalhada e penso ‘e se dou um passo e não correspondem?’...e perco timmings. Os amigos dizem que não há motivos para ser assim. Pois...como assim motivos? Sou tímida sem sê-lo. Pronto admito. Gosto deste meu lado que me faz sentir deslocada no mundo dos relacionamentos? Não, porque faz-me perder pessoas e momentos. E fico a remoer sozinha ‘devia ter feito isto, e aquilo, dito assim e feito assado’. Vou tentar mudar, seguir instintos ou algo que o valha. Não sei se vai ser fácil, por isso homens deste planeta azul deixo-vos um recado: colaborem. Não apenas comigo, mas tentem perceber as mulheres à vossa volta, nunca se sabe se está uma como eu ao vosso lado, sem saber o que fazer e a perder oportunidades em catadupa.

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terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Coisas que sou: Isto

Reflexões com respostas enevoadas

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Os pesadelos não me deixam dormir, o pensamento também não, talvez haja uma ligação estranha entre eles...não sei. Chá de menta como em Marrocos e um livro. Os olhos escolhem ficar ali fixados na palavra descartável. E quão descartáveis são as pessoas? Não preciso de muito tempo para responder...depende da pessoa. Não de quem é descartado, mas de quem descarta. Há quem apenas viva de momentos e não consiga ver um plano mais alargado. Como uma objectiva que não tem espaço para uma grande angular, que usamos para usufruir mais da máquina. E por isso as pessoas chegam e partem sem grande importância. O problema é de quem se liga a elas, àquelas pessoas para quem sabemos mais tarde ou mais cedo deixaremos de existir. E temos de aceitar, a unilateralidade não é o forte de quem gosta de amar. Amar com grande angular. Saber que pode acontecer tudo, mas que estamos acima de tudo. Complicado? Muito.

Se amanhã acordar e vir que alguém me descartou vou sofrer? Acho que sim, mas sei que cada pessoa é fruto de alguma coisa. Que se assim é, deve haver uma razão para tal e aceito-a. Não tento mudar as pessoas, não estou cá para isso. No outro dia perguntaram-me porque dou importância a quem não me trata como devia. Acho que a resposta é: gosto de pessoas e acredito que todas elas merecem o melhor de mim. Se aproveitam ou não, isso já é uma decisão delas. 

Fecho os olhos e tento dormir. Nos olhos tenho imagens de quem já me fez feliz e de quem decidiu que eu não merecia esse esforço. Mentalmente faço um mosaico com todas elas...espero não me esquecer de alguém. Obrigada a quem me amou, quem ama e a quem no futuro decidir que não sou...descartável. E obrigada a quem me descarta, nunca gostei de pesos mortos sem ser na água. 

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